Plebiscito 2022 no Chile: Nas redes sociais, aprovação à nova constituição supera rejeiçãoDaoura

Daoura observou que 53% das interações nas redes sociais na última semana foram favoráveis à aprovação da nova constituição, enquanto 47% à opção de rejeição.

4 de setembro é a data marcada para se realizar o plebiscito de saída por uma nova constituição para o Chile. Os mais de 19 milhões de habitantes do país terão a chance de aprovar ou rejeitar o rascunho de uma nova constituição escrita ao longo dos últimos 12 meses por uma assembleia constituinte.

Nos últimos dois meses, Daoura analisou mais de 5 milhões de interações nas redes sociais no contexto do plebiscito e observou que 53% das interações analisadas são favoráveis à opção Aprovar, enquanto 47% à opção Rejeitar. No entanto, também observamos que, há duas semanas, a opção que rejeita a nova constituição aumentou suas interações digitais mais rapidamente do que a de aprovação. Só na última semana, o grupo de rejeição teve 1,5 vezes mais menções digitais do que o grupo de aprovação. Apesar da opção Aprovo ter maior engajamento digital, a diferença entre as duas é menor a cada semana.

Além das métricas sociais, Daoura também identificou, com base em sua análise temática, os grupos e temas mais relevantes que geram maior engajamento nas redes sociais para ambas as opções. No caso das manifestações para aprovação, foram encontradas comunidades temáticas que falavam do projeto, da luta contra os privilégios e da esperança com a nova constituição. De fato, os grupos relacionados à aprovação foram os que geraram as interações mais positivas ao longo do período analisado. Nas comunidades temáticas do grupo de rejeição, observou-se que questões como a perda de direitos de propriedade e poupança, o comunismo e a constituição indigenista e separatista geraram importantes repercussões no período.

Outro achado importante foram as correlações entre as palavras. Identificou-se que o grupo de rejeição ganhou mais interações quando se discutiu o processo constituinte e a esquerda; por outro lado, o grupo de aprovação aumentou seus níveis de interação ao falar sobre a minuta da nova constituição. Em termos de geração de reações, o grupo de aprovação apresentou maior número de compartilhamentos quando o número de “curtidas” nas publicações também aumentou, fenômeno não observado com a mesma intensidade no grupo de rejeição.

Até agora, a disputa pela aprovação e rejeição está equilibrada, o que mostra a incerteza da sociedade sobre qual é a melhor opção para o plebiscito. A opção que atualmente gera maior positividade e maior poder de gerar interações sociais é a aprovação, enquanto as declarações de rejeição se baseiam em preocupações como a perda de direitos de propriedade e liberdade. Ambas as campanhas terão um grande desafio em adaptar seus discursos para conquistar novos eleitores e perfurar suas bolhas digitais.